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SELENA Y LOS DINOS: LEGADO DE FAMILIA
Documentário, Biografia: EUA
Produção: Motto Pictures; AMSI Entertainment; PolyGram Entertainment
Direção: Isabel Castro
Produtores Executivos: Suzette Quintanilla e A.B. Quintanilla III
O mundo inteiro conhece Selena como a eterna Rainha da Música Tejana, mas apenas os Quintanilla sabiam quem ela era longe dos palcos. Pela primeira vez, a família que deu origem à banda Selena y Los Dinos abre seus arquivos pessoais e compartilha um retrato íntimo da artista em “Selena y Los Dinos: Legado de Família”, documentário dirigido por Isabel Castro (Mija).
A produção revela a jornada impressionante de Selena desde sua infância até a ascensão meteórica ao estrelato, contada por quem acompanhou cada passo: seus pais, Marcella e Abraham, a irmã Suzette, o irmão A.B. III, o marido Chris Pérez e os integrantes da banda. O filme revisita as origens simples da família (desde as apresentações em seu restaurante Tex-Mex, em Lake Jackson, até o topo das paradas de música tejana) mostrando a dedicação, o esforço coletivo e o talento que moldaram essa trajetória única.
Com material inédito, incluindo gravações caseiras e registros raros que mostram Selena no ambiente familiar como filha, irmã e esposa, o documentário oferece um olhar carinhoso e verdadeiro sobre a artista por trás do ícone. Mais do que uma biografia, é a história de um grupo familiar unido pela música e de sua vocalista extraordinária, que rompeu fronteiras culturais e levou a música tejana ao cenário mundial como uma verdadeira Quintanilla.
KEVIN HART: ACTING MY AGE
Stand up Comedy / EUA
Produção: Kevin Hart, Dave Becky e Luke Kelly-Clyne
Direção: Leslie Small
Roteiro: Kevin Hart (principal), Joey Wells, Harry Ratchford
Acting My Age é um daqueles especiais em que o Kevin Hart decide abrir o jogo sobre a vida adulta, e faz isso do jeito que ele sabe: rindo das próprias dores. Aqui, o humor não vem exatamente de piadas mirabolantes, mas da sinceridade com que ele fala sobre envelhecer, lidar com o corpo que já não acompanha o ritmo e as pequenas tragédias do cotidiano. Nada muito revolucionário, mas é justamente essa pegada “gente como a gente” que torna o especial simpático. Hart entrega o que o público dele espera: energia alta, histórias caóticas e aquela mistura de exagero com verdade que funciona bem no stand up.
O especial também marca uma fase mais introspectiva do comediante. Não chega a ser profundo, mas dá para sentir que ele está usando o humor como válvula de escape para falar de temas que atingem qualquer um que já tenha passado dos 40. É confortável de assistir, fácil de acompanhar e cumpre seu papel como entretenimento rápido. Para quem gosta do estilo acelerado e barulhento do Kevin Hart, é um prato cheio; para quem prefere comédia mais sutil, talvez soe repetitivo. No fim das contas, Acting My Age é exatamente o que promete: um olhar divertido sobre um homem tentando entender a própria meia-idade (com tropeços incluídos).
UM ESPIÃO INFILTRADO
Comédia / EUA
Criador: Mike Schur
Produtoras: Netflix (produção original)
Elenco: Ted Danson, Gary Cole, Jason Mantzoukas, Constance Marie, David StrathairnDarryl, Mary Steenburgen, Max Greenfield.
A segunda temporada de Um Espião Infiltrado chega mantendo o tom leve e bem-humorado que marcou a estreia. A série continua brincando com os clichês do gênero de espionagem, mas sempre com um toque de irreverência e situações que beiram o absurdo (no bom sentido). É aquele tipo de produção que não tenta reinventar a roda, mas entrega exatamente o que promete: entretenimento rápido, personagens carismáticos e uma narrativa fácil de acompanhar. Desta vez, nosso nobre espião infiltra-se em uma casa de repouso para descobrir quem roubou um colar valioso que não passa de um vago pretexto para Ted se meter nas maiores confusões com os digníssimos moradores da casa.
O elenco segue sendo um dos maiores trunfos da série. Ted Danson continua confortável no papel, equilibrando o ar despreocupado do personagem com momentos de vulnerabilidade que funcionam bem dentro da história. Os novos episódios também dão espaço para relações entre os personagens evoluírem, especialmente nas dinâmicas familiares e nas parcerias improváveis criadas durante cada missão. Nada é especialmente profundo, mas tudo é bem executado dentro da proposta da série.
No geral, Um Espião Infiltrado entrega uma continuação consistente para quem gostou da primeira temporada. A série mantém sua identidade e não tenta ser mais do que é: uma comédia leve com pitadas de ação e espionagem. Para quem busca algo descomplicado para maratonar, esta nova temporada cumpre o papel com tranquilidade, e ainda arranca algumas boas risadas no caminho.
HBO MAX
INVOCAÇÃO DO MAL 4
Terror / EUA
Produção: James Wan, Peter Safran, Michael Chaves, David Leslie Johnson-McGoldrick
Direção: Michael Chaves
Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Mia Tomlinson, Ben Hardy, Eleanor de Rohan, Ann Mitchell,
Invocação do Mal 4: O Último Ritual é um encerramento ambicioso para a saga dos Warren, e entrega muitos elementos clássicos do terror sobrenatural que os fãs esperam — aparições sinistras, possessões e uma carga emocional forte envolvendo a família. A dupla Patrick Wilson (Ed Warren) e Vera Farmiga (Lorraine) retorna com química e peso dramático, especialmente quando o filme explora seus medos mais profundos, enquanto enfrentam um novo caso baseado em eventos reais.
Por outro lado, a direção de Michael Chaves peca em alguns momentos por exagerar nos efeitos visuais e nos sustos fáceis: há quem sinta que muitos momentos de tensão são criados pelo CGI de forma evidente, o que enfraquece o terror mais psicológico. A narrativa se concentra bastante na família Smurl e no legado dos Warren, o que pode agradar quem gosta de terror com história, mas pode parecer previsível para quem esperava algo mais ousado ou original como final de franquia.
Em síntese, O Último Ritual funciona bem como um capítulo de despedida: não é perfeito, mas cumpre seu papel de fechar o ciclo dos Warren com emoção, algumas reviravoltas e sustos. Não tente maratonar se você estiver chegando agora. A menos que você esteja pronto para considerar “jumpscare” algo totalmente corriqueiro numa história (vale também se você for fã da franquia). Mas se você busca um terror mais inovador ou perturbador, pule fora.
MASTERCHEF CELEBRIDADES
Reality competição / Brasil
Produção: Endemol Shine Brasil
Direção: Marisa Mestiço
Elenco: Márcia Goldschmidt, Rachel Sheherazade, Dodô (Pixote), Gilmelândia, Valesca Popozuda, Julianne Trevisol, Leonardo Miggiorin, Luciano Szafir, Hugo Alves, Tiago Piquilo, Maurren Maggi e John Drops
MasterChef Celebridades traz para a cozinha nomes conhecidos de diversas áreas (de músicos e atores a atletas e influenciadores) e tem a proposta de mostrar que essas personalidades também têm talento gastronômico. A competição tem um charme diferente do MasterChef “normal”: não é só sobre técnica, mas também sobre carisma, risco e vulnerabilidade, porque cozinhar na frente do público e de jurados renomados exige muito mais do que posar para fotos.
Ao mesmo tempo, a edição não escapa dos clichês de reality show. Por mais simpáticos que sejam os participantes, há momentos em que a “festa” provocada pela celeb é mais importante que os pratos em si. Em alguns episódios, a pressão para entreter pode se sobrepor ao foco culinário, fazendo com que certas provas pareçam mais espetáculo do que desafio real. No entanto, os jurados — Erick Jacquin, Helena Rizzo e Henrique Fogaça — mantêm a consistência e a exigência, o que garante que a competição não perca sua credibilidade.
No fim das contas, essa versão celebridade do MasterChef funciona bem para quem gosta de misturar entretenimento e gastronomia. Não espere uma edição ultra técnica como a de profissionais, mas sim uma mistura leve de diversão, pouco aprendizado e muitas surpresas. Para quem segue reality shows e segue os famosos, é uma aposta interessante; para quem busca alta gastronomia, vai faltar profundidade.
Disney+
A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO
Aventura / EUA
Produção: 20th Century Studios
Direção: Michelle Garza Cervera
Elenco: Mary Elizabeth Winstead, Maika Monroe, Raúl Castillo, Martin Starr, Mileiah Vega, Riki Lindhome e Shannon Cochran.
Produção executiva: Drew Goddard
Essa produção chega como um remake solicitado por absolutamente ninguém do thriller suburbano de Curtis Hanson de 1992. Dirigido por Michelle Garza Cervera (de “Huesera: The Bone Woman”) a partir de roteiro de Micah Bloomberg, o filme apresenta Mary Elizabeth Winstead como Caitlin Morales, uma mãe de classe alta que contrata a misteriosa babá Polly Murphy (Maika Monroe), apenas para descobrir que ela não é quem diz ser.
O problema central não está no elenco, mas na execução. O roteiro transforma o que deveria ser um thriller tenso em uma sequência previsível de clichês, onde cada reviravolta pode ser antecipada com quilômetros de distância. Caitlin é retratada como uma mãe e advogada que luta para equilibrar carreira e família, sempre em movimento, enquanto seu marido Miguel (Raúl Castillo) tenta ajudar. Quando Polly entra na casa, tudo parece perfeito até que… bem, digamos que o desfecho nos faz lembrar da frase famosa, “por fora bela viola…”
“A Mão que Balança o Berço” não é o pior filme do ano, mas certamente é um dos mais desnecessários. É o tipo de remake que existe apenas porque o título ainda tem algum reconhecimento de marca, não porque havia uma história nova ou relevante para contar. Cervera demonstrou talento em “Huesera”, mas aqui parece presa pelas amarras de um roteiro que nunca decidiu se queria homenagear ou reinventar o original… e acabou não fazendo nem um, nem outro.
