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EMILY IN PARIS (5ª TEMPORADA)
Comédia romântica / EUA
Classificação indicativa: 10 anos
Direção: Darren Star
Elenco: Lily Collins (Emily Cooper), Philippine Leroy-Beaulieu (Sylvie Grateau), Ashley Park (Mindy Chen), Lucas Bravo (Gabriel), Samuel Arnold (Julien), Bruno Gouery (Luc), William Abadie (Antoine Lambert), Lucien Laviscount (Alfie)
Produção: MTV Entertainment Studios, Darren Star Productions, Jax Media
A 5ª temporada de Emily in Paris mantém a fórmula que já vem fazendo sucesso: a leveza romântica, a obsessão pela moda e o charme europeu. Mas temos algumas novidades como um certo “frescor” narrativo ao transportar a protagonista para um novo cenário cultural e emocional.
Nas temporadas anteriores, Emily in Paris se consolidou como entretenimento pop perfeito para maratonas: intrigante, colorido e com uma espécie de calendário fashionista embutido. Nesta nova etapa, o deslocamento geográfico (de Paris para Roma e Veneza) funciona como uma extensão natural da busca de Emily por crescimento profissional e pessoal. A série abraça a dualidade entre o clássico (Paris) e o vibrante (Itália), refletindo a evolução de sua protagonista em ritmo, estilo e ambição.
O núcleo da temporada continua se concentrando em Emily Cooper (Lily Collins), cujo otimismo e coragem (apesar de frequentemente resultarem em gafes sociais e profissionais) permanecem encantadores. A decisão de colocá-la à frente de uma filial da Agence Grateau em Roma amplia o escopo dramático: aqui não há apenas encontros amorosos durante cafés e passeios, mas também verdadeiras decisões de carreira, negociações tensas e a tensão de equilibrar vida pessoal e profissional num mundo que frequentemente exige nada menos que a perfeição.
E se a série sempre encontrou seu público por meio do filtro romântico e idealista das aventuras de Emily, a 5ª temporada faz isso com menos ingenuidade e mais nuance emocional. Os dilemas amorosos (incluindo a complicada reconciliação com Gabriel e o novo relacionamento com Marcello) têm mais camadas e conflitos que soam autênticos, mesmo dentro da estética de conto de fadas.
Visualmente, a temporada é um deleite. A direção de fotografia celebra os cenários italianos com o mesmo vigor desprendido na “cidade luz”, emoldurando tramas em ruas de paralelepípedos, cafés ao ar livre, palácios venezianos e festas que combinam cultura, moda e drama social.
Claro, Emily in Paris nunca aspirou ao peso dramático de séries profundas, mas isso é parte do pacto divertido que a série faz com o público: ser leve, elegante e, principalmente, evasiva — um escape romântico que não se preocupa em explicar o mundo, apenas em celebrá-lo de maneira colorida.
AMAZON PRIME
FALLOUT (2ª TEMPORADA)
Fantasia / Suspense / EUA
Direção: Geneva Robertson-Dworet e Graham Wagner
Roteiro: Baseada na franquia de videogames criada por Tim Cain e Leonard Boyarsky; adaptação televisiva conduzida por Robertson-Dworet & Wagner
Classificação indicativa: 13 anos
Elenco: Ella Purnell (Lucy MacLean), Aaron Moten (Maximus), Walton Goggins (The Ghoul / Cooper Howard), Kyle MacLachlan (Hank MacLean), Moisés Arias (Norm MacLean), Frances Turner (Barb Howard), Xelia Mendes-Jones (Dane), Zach Cherry (Woody Thomas), Johnny Pemberton (Thaddeus), Rodrigo Luzzi (Reg McPhee), Annabel O’Hagan (Stephanie Harper),
Produção: Amazon MGM Studios, Kilter Films, em associação com Bethesda Game Studios e Bethesda Softworks.
A 2ª temporada de Fallout chega ao Prime Video como uma das estreias mais aguardadas do final de 2025, ampliando o mundo pós-apocalíptico lançado na premiada 1ª temporada. Assim como o jogo que a inspirou, esta nova etapa aposta em narrativa expansiva, personagens complexos e um tom que mistura sobrevivência brutal com crítica social afiada — mantendo a identidade que conquistou público e crítica na estreia anterior.

Logo de início, a série acerta ao não reinventar a roda: ela toma o pós-guerra nuclear como tela para explorar conflitos humanos em meio ao caos. Lucy (Ella Purnell), Maximus (Aaron Moten) e The Ghoul (Walton Goggins) continuam no centro da narrativa, agora profundamente envolvidos com as consequências das ações de Season 1 e com o destino da enigmática New Vegas, um dos locais mais icônicos da franquia Fallout.
O que distingue esta temporada é a ambição do roteiro: os episódios oferecem não apenas ação e combate pelo deserto radioativo, mas também intrigas políticas, alianças instáveis e questionamentos morais sobre liderança e lealdade. A inclusão de personagens como Robert House (interpretado por Justin Theroux) e participações especiais de nomes como Macaulay Culkin e Kumail Nanjiani adiciona camadas inesperadas, mesclando tensão dramática com toques de humor negro.
Visualmente, a produção eleva a estética da série com cenários maiores e mais variados — o deserto do Mojave dá espaço às luzes e decadência de New Vegas, trazendo um contraste forte entre o silêncio hostil do Wasteland e a pulsante (e traiçoeira) cidade futurista. A trilha sonora, os efeitos e a direção de arte colaboram para que a atmosfera seja ao mesmo tempo realista e surreal, refletindo o clima instável e imprevisível que os fãs esperam de Fallout.
Talvez o único risco narrativo seja exigir demais dos espectadores que não são fãs dos jogos — a mitologia e os elementos de lore podem parecer densos para quem entra agora, ainda que a série tente balancear explicações com ação acessível. Mas, para os fãs, a exploração de New Vegas e a promessa de profundidade ampliada são um convite irresistível.
HUMAN SPECIMENS (Série)
Thriller / Japão
Classificação indicativa: 18 anos.
Elenco: Hidetoshi Nishijima, Somegorô Ichikawa
Produção: Amazon MGM Studios

“Human Specimens” chega ao catálogo não como uma série de suspense comum, mas como uma representante do subgênero japonês conhecido como iyamisu (literalmente “mistério que deixa um gosto ruim na boca”). A premissa é, por si só, perturbadora: um renomado pesquisador de borboletas confessa ter assassinado seis jovens — incluindo o próprio filho — para preservá-los como “espécimes humanos” perfeitos.
A grande força da produção reside na tensão entre a estética deslumbrante e o horror moral. O diretor Ryûichi Hiroki é mestre em trabalhar emoções reprimidas, e aqui ele parece usar a delicadeza das borboletas como metáfora para a fragilidade da vida humana nas mãos de quem se julga um “artista”. A série promete não apelar para o gore gratuito, mas sim para um terror psicológico sufocante, onde a obsessão pela beleza justifica atos inomináveis.
A escalação de Hidetoshi Nishijima (astro do vencedor do Oscar Drive My Car) eleva o nível da produção. Ele possui uma capacidade única de interpretar personagens estoicos que escondem vulcões internos, o que é perfeito para o papel do Professor Sakaki. A grande questão da crítica será: a série conseguirá humanizar um monstro sem perdoá-lo?
Disney +
PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS – TEMPORADA 2, EPISÓDIOS 1 E 2
Fantasia / EUA
Classificação indicativa: 12 anos
Elenco: Walker Scobell, Leah Sava Jeffries, Aryan Simhadri, Daniel Diemer, Tamara Smart, Charlie Bushnell, Dior Goodjohn.
“Percy Jackson e os Olimpianos – Temporada 2” é uma sequência superior que expande em escala, ambição e maturidade emocional. Com ação épica, performances sólidas (principalmente as de Scobell, Jeffries e da revelação Daniel Diemer) e fidelidade admirável ao material original, a temporada entrega exatamente o que fãs esperavam enquanto surpreende com sua disposição de assumir riscos criativos.
Embora ocasionalmente tropece em diálogos expositivos e questões de ritmo (especialmente no episódio de estreia), estes são defeitos menores em uma produção que claramente entende e respeita seu material original. A série demonstra que adaptações fiéis não precisam sacrificar qualidade cinematográfica — é possível honrar os livros enquanto cria uma série genuinamente emocionante.
Para fãs da 1ª temporada, esta é continuação obrigatória que justifica a espera de 2 anos. E quem ainda não embarcou na jornada de Percy, é o momento ideal para mergulhar em uma das melhores séries de fantasia juvenil em produção atualmente. Com uma terceira temporada já confirmada e em produção, “Percy Jackson e os Olimpianos” está solidificando seu lugar como uma das franquias mais promissoras do streaming “disneyano”.
Em um cenário televisivo saturado de adaptações mal concebidas e franquias exploradas até a exaustão, “Percy Jackson e os Olimpianos” é um lembrete refrescante de que, com a equipe criativa certa (especialmente quando inclui o autor original), respeito pelo material original e visão de longo prazo, é possível criar algo que honra tanto a fonte quanto o meio.
Preparem suas espadas, escudos e pegue seu Velocino de Ouro… esta é uma jornada que vale cada minuto da travessia pelo Mar de Monstros.
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