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Lançamentos Netflix, Disneyplus, HBO Max de Novembro – Destaques de 24 a 30 de novembro

Divirta-se Streaming

NETFLIX

STRANGER THINGS (5ª temporada)

Suspense / EUA

Direção: Duffer Brothers

Produção: Netflix, Upside Down Pictures, 21 Laps Entertainment.

Elenco: Winona Ryder, David Harbour, Millie Bobby Brown, Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Noah Schnapp, Sadie Sink, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Joe Keery, Maya Hawke, Brett Gelman, Priah Ferguson, Jamie Campbell Bower, Cara Buono, Nell Fisher, Jake Connelly, Alex Breaux.

Produção executiva: Duffer Brothers (Matt Duffer e Ross Duffer), Shawn Levy e Dan Cohen.

Com a tão esperada quinta temporada finalmente chegando à Netflix, Stranger Things se prepara para encerrar sua jornada em grande estilo. Se os trailers e entrevistas com os criadores forem algum indicativo, este será um desfecho ambicioso, emocional e verdadeiramente épico — os próprios Duffer Brothers afirmam que é “a maior e mais ambiciosa temporada” de todas.

Logo de cara, a estrutura fragmentada — dividida em três “volumes” — já sinaliza a magnitude da missão: o volume 1 estará disponível em 26 de novembro (quatro episódios), o volume 2, em 25 de dezembro (três episódios), e o episódio final, em 31 de dezembro, sempre às 22h (horário de Brasília)..

O tom parece mais sombrio do que nunca. A classificação indicativa subiu para TV-MA (algo como censura de 17 anos), o que sugere uma temporada com violência mais gráfica, linguagem adulta e momentos realmente perturbadores — algo distinto das temporadas anteriores. Os criadores não escondem: “não há tempo para uma introdução gradual. Será intensa do começo ao fim.”

Do ponto de vista emocional, a despedida pesa. O elenco principal — agora mais maduro — carrega o peso de anos de jornada, amizades e perdas. A promessa de um final digno deve ressoar com os fãs que cresceram com os personagens. Ao mesmo tempo, o enredo deve amarrar pontas soltas: os mistérios do Mundo Invertido, a relação entre Will e Vecna, e a presença militar em Hawkins são temas citados como centrais.

Por outro lado, há o risco de sobrecarga. A ideia de “oito filmes” para descrever a temporada, (mencionada pelos próprios criadores), é ambiciosa, mas pode pesar no ritmo se não for bem equilibrada. Além disso, com tantas expectativas, qualquer falha no clímax ou no encerramento pode deixar parte da base de fãs insatisfeita — especialmente depois de temporadas anteriores que já dividiram opiniões.

No geral, a estreia parece prometer uma despedida digna de Stranger Things: grandiosa, emocional e corajosa. Se os Duffer Brothers entregarem o que estão prometendo, pode muito bem ser um final memorável para uma das séries mais emblemáticas da era do streaming.

HBO MAX

UMA VIDA – A HISTÓRIA DE NICHOLAS WINTON

Biografia / EUA

Produção: Iain Canning, Joanna Laurie, Emile Sherman, Guy Heeley

Direção: James Hawes

Roteiro: Lucinda Coxon e Nick Drake

Elenco: Anthony Hopkins, Johnny Flynn, Helena Bonham Carter, Lena Olin, Jonathan Pryce, Romola Garai, Alex Sharp,

Uma Vida – A História de Nicholas Winton é uma cinebiografia comovente e digna, construída sobre um feito humano extraordinário: a coragem de um homem que resolveu agir em meio ao horror para salvar centenas de crianças judias da perseguição nazista. A escolha de contar a história de Winton em dois momentos da vida — a juventude ativa nos resgates e sua velhice marcada pela culpa — permite ao filme tecer uma reflexão profunda sobre legados, memória e redenção.

Anthony Hopkins entrega uma performance particularmente sensível como o Winton idoso. Sua encarnação de um homem que carrega décadas de arrependimento e memória é tocante sem cair no sentimentalismo barato — há retenção, peso no olhar, uma melancolia genuína. Já Johnny Flynn, no papel de Winton jovem, traz energia e idealismo, combinando com a determinação de quem acredita que a bondade pode mover montanhas.

A direção de James Hawes — mais conhecido por trabalhos em séries — opta por uma abordagem clássica, quase comedido, evitando artifícios visuais exagerados. Em suas mãos, a reconstituição histórica (1938 em Praga, os trens, os refugiados) é digna, mas sem grandiloquência: o foco está nas pessoas, no humano por trás da ação heroica. Isso reforça o tom íntimo do drama, mesmo em um contexto de grande escala histórica.

O roteiro constrói bem a tensão narrativa entre passado e presente, usando a alternância temporal para mostrar não só o impacto das ações de Winton, mas também seu custo emocional. Há momentos de calmaria e momentos de urgência, e o filme equilibra bem essas duas faces. No entanto, nem tudo é perfeito: algumas cenas podem parecer previsíveis para quem já conhece a história de Winton, e a produção flertou com um ar de telefilme pela austeridade de cenários e figurinos.

A fotografia de Zac Nicholson e a trilha sonora de Volker Bertelmann apoiam o drama sem chamar atenção para si, mas gerando a atmosfera necessária de nostalgia, esperança e pesar. Há uma cena de reencontro (um “plot twist” emocional) que, segundo críticos, funciona muito bem como clímax: é o momento em que o Winton idoso se defronta com o legado real de suas ações.

Por fim, o filme é uma lembrança poderosa de que a bondade individual pode ter impacto profundo. Em tempos contemporâneos, sua mensagem de responsabilidade, empatia e coragem não soa apenas histórica — soa urgente. Embora leve uma abordagem tradicional, Uma Vida brilha pelas atuações, pelo coração de sua narrativa e pelo respeito à importância moral da história de Winton.

Disney+

THE BEATLES – ANTOLOGIA

Documentário / EUA

Criador: Mike Schur

Produtoras:  Netflix (produção original)

Elenco: Ted Danson, Gary Cole, Jason Mantzoukas, Constance Marie, David StrathairnDarryl, Mary Steenburgen, Max Greenfield.

A chegada de The Beatles: Antologia ao Disney+ em 26 de novembro de 2025 representa algo mais do que um simples relançamento — é um reencontro histórico com a jornada de uma das bandas mais influentes de todos os tempos, apresentado agora com uma clareza e profundidade que só o tempo e a tecnologia poderiam permitir.

A versão remasterizada, supervisionada pela equipe da Apple Corps junto com a Park Road Post e a Wingnut Films de Peter Jackson, eleva a experiência original a um novo patamar. A restauração das imagens, combinada com as novas mixagens de áudio criadas por Giles Martin, traz um frescor impressionante às performances e depoimentos dos Beatles. O uso da tecnologia de IA na mixagem, permitiu isolar vozes, instrumentos e detalhes sonoros que antes se perdiam no meio do ruído, o que dá à narrativa um impacto emocional renovado, especialmente em cenas ao vivo.

Narrativamente, a docussérie mantém a estrutura clássica que conquistou os fãs nos anos 90 — mas agora com uma adição significativa: um episódio 9 inédito, que traz bastidores de Paul, George e Ringo entre 1994 e 1995, refletindo sobre a criação da própria Antologia. Esse episódio extra funciona como uma ponte entre o passado e o presente, oferecendo uma ressonância nostálgica para quem viveu a era dos Beatles e uma imersão valiosa para novas gerações.

O material original (de 8 episódios) percorre desde os humildes começos em Liverpool e Hamburgo até a Beatlemania, a fama mundial, os experimentos espirituais na Índia e a separação da banda. A reinserção desse conteúdo com nova limpeza visual e sonora reforça a força da narrativa: não se trata apenas de reviver memórias, mas de revisitar a lenda com mais profundidade.

Por outro lado, a restauração depende bastante da nostalgia. Para espectadores já familiarizados com a versão original, pode haver a sensação de que estamos assistindo a algo que “já conhecemos” — ainda que com mais nitidez. A adição do 9° episódio ajuda a compensar esse risco, mas há um equilíbrio delicado entre homenagear o legado e reformular sem reinventar.

No geral, a estreia no Disney+ é uma celebração emocionante, quase reverencial, da trajetória dos Beatles. É ideal tanto para fãs antigos — que vão se encantar com a fidelidade restaurada dos testemunhos — quanto para novos públicos, que têm agora uma porta de entrada poderosa para entender a cultura, o impacto e a genialidade desses ingleses.


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