Wicked: Parte 2 (Wicked: For Good)
Fantasia Musical – EUA
Direção: Jon M. Chu
Roteiro: Winnie Holzman e Dana Fox
Elenco: Cynthia Erivo, Ariana Grande, Jonathan Bailey, Jeff Goldblum, Michelle Yeoh, Ethan Slater, Bowen Yang, Marissa Bode
Produção Executiva: Stephen Schwartz, David Nicksay, Jared LeBoff, Winnie Holzman, Dana Fox
Wicked: Parte 2 funciona como um encerramento emocional para a saga das bruxas de Oz, combinando momentos grandiosos de musical com conflitos íntimos entre Elphaba e Glinda. Sob a direção de Jon M. Chu, o filme mantém a magia visual e sonora do primeiro capítulo, mas aprofunda as consequências das escolhas das protagonistas. A relação entre as duas é testada como nunca antes, e o roteiro de Winnie Holzman e Dana Fox acerta ao explorar a amizade, o arrependimento e a reconciliação.
Apesar disso, alguns momentos soam previsíveis para quem conhece bem a história do musical original. A sequência peca por um ritmo mais lento em determinadas passagens, especialmente quando tenta equilibrar o espetáculo musical com a narrativa política de Oz. Em termos de música, há novas canções que funcionam bem, mas não necessariamente superam os clássicos já consagrados, o que pode desapontar fãs mais puristas.
De modo geral, Parte II entrega o que promete: um final épico, carregado de emoção, com belas composições e visuais caprichados. É um filme para quem se deixou envolver pela fantasia do primeiro e quer ver o destino de Elphaba e Glinda se concretizar — sem slogans vazios, mas com coração.
O SOBREVIVENTE (The Running Man)
Aventura/Ficção – EUA
Direção: Edgar Wright
Elenco: Glen Powell, Josh Brolin, William H. Macy, Colman Domingo, Lee Pace, Emilia Jones, Michael Cera, Daniel Ezra, Jayme Lawson
Roteiro: Edgar Wright, Michael Bacall
Produção: Paramount Pictures, Domain Entertainment, Genre Films e Complete Fiction Pictures
O Sobrevivente de 2025 retoma o mesmo universo apresentado no cult oitentista estrelado por Arnold Schwarzenegger, mas evita cair na armadilha da nostalgia pura. Em vez do tom mais exagerado e quase cartunesco do original — cheio de vilões caricatos, cores gritantes e ação típica da era dos músculos de Hollywood — o novo filme dirigido por Edgar Wright aposta em uma atmosfera muito mais sombria e realista. Onde o clássico de 1987 divertia com seu exagero, o novo prefere provocar desconforto mostrando como a violência midiática e o entretenimento extremo podem se tornar parte do cotidiano.
A interpretação de Glen Powell também marca essa mudança de tom. Enquanto Schwarzenegger era o herói indestrutível, sempre com frases de efeito na ponta da língua, Powell entrega um protagonista mais humano, vulnerável e claramente abalado pelas circunstâncias. Essa abordagem deixa a história mais próxima do espírito do livro de Stephen King, no qual o personagem é menos uma máquina de ação e mais um homem desesperado tentando sobreviver a um sistema desumano. A presença de Josh Brolin como o manipulador Dan Killian reforça essa crítica ao voyeurismo moderno, oferecendo uma figura de antagonista mais psicológica do que física.
Embora o novo filme seja visualmente mais refinado e mais profundo em suas reflexões, em alguns momentos ele perde a leveza e agilidade que tornaram o original tão acessível. Ainda assim, como releitura contemporânea, O Sobrevivente funciona bem: honra a energia do filme de Schwarzenegger, mas atualiza sua crítica social para uma era em que o espetáculo da violência está mais próximo do que nunca da realidade. É intenso, incômodo e, de certo modo, mais fiel ao que King escreveu — e isso já faz dele uma experiência relevante.
SILVIO SANTOS VEM AÍ
Biografia Ficção – Brasil
Direção: Cris D’Amato
Elenco: Leandro Hassum (Silvio Santos), Manu Gavassi, Regiane Alves, Marcelo Laham, Gabriel Godoy, Hugo Bonemer, Vanessa Giácomo
Roteiro: Paulo Cursino
Produção: Paris Entretenimento, em coprodução da Claro e da Simba Content
Silvio Santos Vem Aí é uma cinebiografia que tenta equilibrar a grandiosidade pública do ícone da TV brasileira com momentos mais íntimos e reveladores. Com Leandro Hassum no papel de Silvio, o filme acerta ao retratar não apenas o brilho do palco, mas também o peso da política e da vida pessoal — especialmente no ano decisivo de 1989, quando ele se candidatou à presidência. A dinâmica entre Silvio e a jornalista Marília (interpretada por Manu Gavassi) adiciona tensão e profundidade ao retrato, mostrando que o carisma dele vinha acompanhado de vulnerabilidades.
A direção de Cris D’Amato traz sensibilidade para os bastidores do programa de auditório, mas em alguns momentos peca por não ir fundo o suficiente em certas contradições mais complexas da personalidade de Silvio. O roteiro de Paulo Cursino, embora eficiente, opta por um tom relativamente acessível e pouco ousado, focando mais nas grandes viradas da carreira do apresentador do que em dilemas internos mais profundos. Ainda assim, o filme cumpre bem a função de homenagear e humanizar um personagem tão emblemático.
No geral, Silvio Santos Vem Aí funciona como uma celebração do legado televisivo, sem fugir totalmente das críticas. É uma obra que deve agradar tanto aos fãs nostálgicos quanto ao público interessado em entender melhor o homem por trás do “Homem do Baú”. Não é a biografia definitiva, mas certamente vale como uma porta de entrada afetuosa para a história de um dos maiores comunicadores do Brasil.
ENTRE DUAS MULHERES (Deux femmes en or)
Comédia dramática – Canadá
Direção: Chloé Robichaud
Elenco: Karine Gonthier-Hyndman, Laurence Leboeuf, Félix Moati, Mani Soleymanlou, Sophie Nélisse
Roteiro: Catherine Léger
Produção: Amérique Film
Entre Duas Mulheres é uma comédia dramática que questiona padrões sociais a partir da vida de duas vizinhas suburbanas: Violette, que sofre durante a licença-maternidade, e Florence, que lida com uma depressão persistente. Dirigido por Chloé Robichaud, o filme traz sensibilidade para mostrar os dilemas íntimos dessas mulheres sem romantizar ou minimizar seus conflitos. É uma narrativa que une leveza e peso emocional, misturando risos com críticas à monotonia da rotina familiar.
A química entre as protagonistas — interpretadas por Karine Gonthier-Hyndman e Laurence Leboeuf — é um dos pontos altos, pois ambas transmitem bem essa dualidade entre o conforto das vidas já construídas e a inquietude por algo mais autêntico. As escolhas que fazem, inclusivamente algumas impulsivas, refletem uma busca por liberdade: nem sempre moralmente simples, mas compreensível. A diretora equilibra momentos de humor e reflexões profundas com uma fotografia delicada, o que ajuda a dar um tom íntimo e humano ao filme.
Por outro lado, Entre Duas Mulheres pode parecer lento ou discreto para quem espera uma comédia escancarada ou explosiva. A narrativa foca bastante nas conversas internas, nas falas não ditas e nos gestos contidos — e isso pode não agradar a todos. Mas para quem se conecta com dramas sobre maternidade, identidade e transformação pessoal, é um filme valioso: sutil, provocador e afetivo, que propõe que felicidade não precisa seguir as normas — às vezes, romper é exatamente uma forma de reconquistar a vida.
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