lançamentos netflix

Lançamentos Netflix, Disneyplus, HBO Max de outubro – Destaques de 10 a 17 de novembro

Divirta-se Streaming

NETFLIX

EU, EDDIE

Documentário: EUA

Produção: Mike Makowsky, Netflix

Criação: Angus Wall

Elenco: Eddie Murphy, Jamie Foxx, Tracy Morgan, Pete Davidson, Kevin Hart, Chris Rock, John Landis, Jerry Bruckheimer, Jerry Seinfeld

O grande problema de “Eu, Eddie” é justamente seu excesso de polimento — Wall suaviza qualquer momento mais irregular para entregar um arco de história limpo e previsível. O retorno de Murphy ao Saturday Night Live em 2019 se torna o pivô do documentário, com ótimas cenas de bastidores mostrando Murphy, Tracy Morgan, Chris Rock e Chappelle conversando.

“Eu, Eddie” (título original: “Being Eddie”) chega à Netflix hoje como uma celebração merecida a Eddie Murphy, revisitando quase cinco décadas de uma carreira que transformou tanto a comédia stand-up quanto o cinema norte-americano. Dirigido pelo editor vencedor do Oscar Angus Wall, o documentário apresenta um Eddie Murphy relaxado e simpático, mas raramente revelador além do que ele já havia decidido compartilhar.

O filme traça a trajetória desde os primeiros passos nos palcos de comédia em Nova York, aos 17 anos, até o estrelato absoluto em Hollywood. O que torna o documentário mais interessante são os depoimentos de peso de nomes como Dave Chappelle, Chris Rock, Jamie Foxx, Tracee Ellis Ross, Kevin Hart e Jerry Seinfeld, que contextualizam o impacto cultural de Murphy em gerações de comediantes.

Para fãs de Eddie Murphy, é um programa imperdível que reafirma sua genialidade. Para quem busca um documentário que realmente desafie ou surpreenda, “Eu, Eddie” prefere o conforto do aplauso ao risco da verdadeira vulnerabilidade.

MARINES

Documentário: EUA

Direção: Chelsea Yarnell

Produtoras:  Amblin Entertainment Documentaries e Lucky8

Produção executiva: Darryl Frank, Justin Falvey, Sebastian Junger, Kimberly Woodard, Greg Henry, Isaac Holub, George Kralovansky

Lançada no dia 10 de novembro, “Marines” já está fazendo furor na Netflix, conquistando rapidamente o topo das séries documentais da plataforma. Descrito como um documentário militar de “maturidade pessoal”, a série oferece a possibilidade de olhar, sem filtros, para aqueles que compõem a chamada “força 911” da nação ianque.

Com acesso exclusivo, a produção retrata intensos treinos e momentos pessoais de jovens fuzileiros que, juntos, superam desafios enquanto trabalham no mar. A diretora Chelsea Yarnell enfatizou que os Marines não tiveram controle criativo algum sobre a série documental, e ela se surpreendeu com a liberdade que recebeu a bordo do USS Green Bay.

Filmado ao longo de 3 meses em 2024, o projeto acompanha especificamente os membros da 31ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, a “força de prontidão” das forças armadas dos EUA no Pacífico. Desde atiradores de metralhadora da infantaria e pilotos de caça, até líderes da unidade, o documentário mostra tudo, incluindo missões marítimas de interdição de alto risco, conhecidas como Visita, Abordagem, Busca e Apreensão (VBSS), e caças F-35B Lightning II de quinta geração em delicadas manobras.

O que torna “Marines” particularmente interessante é sua abordagem apolítica. Apesar do contexto militar estar fortemente politizado no mundo real, não há qualquer menção a assuntos domésticos ou externos em nenhum dos episódios — e isso foi intencional, segundo a diretora Chelsea Yarnell. Em vez disso, ela focou na psique desses jovens uniformizados, explorando o que os levou a se alistar em um grupo geralmente convocado primeiro em situações de conflito.

O que Yarnell descobriu foi um alarmante conforto com a violência — tanto em dispensá-la quanto em estar na ponta receptora dela. Ao longo de quatro episódios, “Marines” revela o ritmo implacável de treinos, exercícios e preparações reais, lado a lado com os momentos mais tranquilos que mantêm a coesão na unidade. Laços fortes são formados, a busca por um lugar como líder emerge naturalmente, e o equilíbrio entre o dever e a saudade de casa se torna um dos temas centrais.

“Marines” funciona tanto como documentário militar quanto como narrativa de amadurecimento. É um retrato que não glorifica a guerra, mas também não romantiza o serviço — apenas mostra jovens tentando encontrar seu lugar em uma estrutura que os moldará para sempre.

HBO MAX

Ângela Diniz: Assassinada e Condenada (série)

Biografia ficção / Brasil

Produção:  Conspiração Filmes em parceria com HBO Filmes

Direção: Andrucha Waddington

Elenco: Marjorie Estiano, Emílio Dantas, Antônio Fagundes, Thiago Lacerda, Camila Márdila,

Estreando em 13 de novembro na HBO Max, “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” chega como uma das produções mais esperadas do ano, revisitando um dos crimes que mais chocou o Brasil e se tornou marco do movimento feminista. Baseada no aclamado podcast “Praia dos Ossos”, da Rádio Novelo, a minissérie retrata o assassinato brutal da socialite Ângela Diniz em 30 de dezembro de 1976, cometido por seu companheiro Doca Street na Praia dos Ossos, em Búzios.

Com direção de Andrucha Waddington e roteiro assinado pela experiente Elena Soárez, a produção de 6 episódios mergulha na dupla condenação da vítima — um tema que permanece dolorosamente atual. O cerne da narrativa mostra como Ângela não só foi vítima de um crime brutal, mas também foi moralmente culpada e condenada pela sociedade e pelo tribunal, sob a tese da “legítima defesa da honra”.

A série cobre 3 fases da vida de Ângela, começando pela primeira separação ainda em Belo Horizonte, seguindo sua trajetória de libertação e autonomia nos anos 1970, até o assassinato e os desdobramentos do julgamento. Conhecida como “Pantera de Minas”, Ângela desafiou os padrões sociais conservadores ao se divorciar e buscar liberdade em uma época que punia mulheres por essas escolhas.

A grande força de “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” está em não apenas retratar o crime, mas em expor como o sistema jurídico transformou a vítima em ré. O caso gerou um dos julgamentos mais midiáticos da história do Brasil, que inicialmente resultou em uma pena branda para Doca graças à controversa tese usada por seu advogado, Evandro Lins e Silva. A condenação moral de Ângela gerou uma onda de revolta que impulsionou o movimento feminista brasileiro com o grito “Quem ama não mata”, forçando um novo julgamento.

A tese de “legítima defesa da honra” foi finalmente rebatida no segundo julgamento em 1981, quando Doca recebeu uma condenação mais severa: 15 anos de prisão em regime fechado. Ainda assim, apenas em março de 2021 o STF declarou inconstitucional essa tese, reconhecendo-a como violação da dignidade humana, proteção à vida e igualdade de gênero.

A série acerta ao trazer esse debate para 2025. Com quase cinco décadas de distância do crime, a produção funciona como um espelho incômodo que reflete quantos padrões machistas ainda persistem. Marjorie Estiano entrega uma Ângela radiante e complexa, enquanto Emílio Dantas enfrenta o desafio de humanizar sem justificar o monstro que foi Doca Street.

“Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” não é apenas entretenimento — é um documento político essencial que nos força a confrontar o quanto ainda precisamos avançar na luta contra o feminicídio.

ONE TO ONE: John & Yoko

Documentário / EUA

Produção:  KM Films, Mercury Studios e Plan B

Direção: Tatiana Issa e Guto Barra

Produção Executiva: Sergio Nakasone, Adriana Cechetti e Patrício Diaz 

Estreando na HBO e HBO Max em 14 de novembro às 20h (horário de Brasília), “One to One: John & Yoko” chega precedido de aclamação crítica após passar pelos festivais de Veneza, Telluride e Sundance em 2024. Dirigido pelo cineasta vencedor do Oscar Kevin Macdonald (responsável pelo premiado “One Day in September” da HBO), o documentário oferece um olhar raro e revelador sobre o primeiro ano de John Lennon e Yoko Ono em Nova York no início dos anos 1970.

O que torna “One to One” especial é sua abordagem cinematográfica ousada. Em 1971, John e Yoko haviam acabado de chegar aos Estados Unidos e moravam em um minúsculo apartamento em Greenwich Village, onde assistiam horas a fio de televisão americana. Macdonald integra uma miscelânea frenética de programas televisivos para conjurar a época através do que a dupla teria visto na tela — a Guerra do Vietnã, “The Price is Right”, o presidente Richard Nixon, comerciais de Coca-Cola, Walter Cronkite e “The Waltons”.

Filmado em uma reprodução meticulosamente fiel do apartamento em NYC que a dupla compartilhou, o documentário oferece uma abordagem audaciosa sobre um momento seminal nas vidas de dois dos artistas mais influentes da história. O filme explora 18 meses decisivos, culminando em 30 de agosto de 1972, quando John se apresentou no concerto beneficente “One to One” no Madison Square Garden (seu único show completo após deixar os Beatles).

As filmagens da apresentação eletrizante de John e Yoko, junto com a The Elephant’s Memory Band, foram restauradas especialmente para o documentário e são entrelaçadas ao longo do filme, juntamente com outro material nunca antes visto. À medida que vivenciam um ano de amor e transformação nos EUA, John e Yoko começam a mudar sua abordagem ao protesto — levando ao concerto One to One, que foi inspirado por uma reportagem de Geraldo Rivera que assistiram na TV.

Um elemento fascinante são as gravações de áudio que o casal fez de si mesmos quando temiam que o FBI estivesse ouvindo seus telefonemas, adicionando uma camada de paranoia justificada que contextualiza a perseguição política que sofriam.

Com música recém-remixada e produzida por Sean Ono Lennon, “One to One” transcende o formato tradicional de documentário musical. Macdonald não apenas documenta — ele recria sensorialmente uma época de criatividade explosiva e ativismo político intenso. O resultado é uma experiência cinematográfica que funciona tanto como cápsula do tempo quanto como retrato íntimo de dois artistas em sua fase mais politicamente engajada.

Para quem conhece a história apenas superficialmente, o documentário revelará um John Lennon longe da imagem romantizada do ex-Beatle — aqui ele surge como ativista feroz, artista inquieto e homem apaixonado navegando os desafios de ser vigiado pelo próprio governo que prometia liberdade.   

Disney+

Um Natal Bem Jonas Brothers

Aventura / EUA

Produção: Disney Studios,

Direção: Matt Shakman

Elenco: Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn, Ebon Moss-Bachrach 

Produção executiva: Drew Goddard

Estreando no Disney+ em 14 de novembro, “Um Natal Bem Jonas Brothers” marca o retorno dos irmãos Jonas à casa que os transformou em ícones pop no final dos anos 2000. Os laços da banda com a Disney são profundos — eles assinaram com a Hollywood Records antes de alcançar a fama no filme original do Disney Channel, Camp Rock (2008), retornaram para Camp Rock 2: The Final Jam (2010), e estrelaram a própria série Jonas, exibida entre 2009 e 2010.

Dirigido pela vencedora dos Emmys e Oscar Jessica Yu, com roteiro de Isaac Aptaker e Elizabeth Berger (conhecidos por “This Is Us” e “Com Amor, Simon”), o filme foi filmado em Toronto. A trama acompanha Joe, Kevin e Nick Jonas em uma caótica jornada de volta para Nova York após uma turnê em Londres, enquanto enfrentam uma série de problemas crescentes tentando chegar a tempo de passar o Natal com suas famílias.

O grande trunfo do filme é sua autoconsciência. Os irmãos interpretam versões de si mesmos, misturando humor, aventura e momentos emocionantes típicos de filmes natalinos. Kevin, Joe e Nick estão lutando com seus papéis na banda, e seus laços fraternos são testados à medida que encontram obstáculos crescentes neste filme de Natal para toda a família. O que poderia soar forçado acaba funcionando pela química genuína entre os três — afinal, eles não estão fingindo ser irmãos.

O primeiro teaser mostra os Jonas Brothers se preparando para viajar após um show natalino em Londres, quando o personagem Brad (Randall Park) pergunta se eles conseguem chegar sozinhos ao aeroporto. “É uma noite, Brad. Vamos ficar bem”, responde Nick. Naturalmente, nada sai como planejado, e a dupla de roteiristas Aptaker e Berger explora as possibilidades cômicas de uma viagem desesperada que envolve aviões, trens e automóveis.

Uma trama paralela é tecida na história de Joe conhecendo Lucy e iniciando um novo relacionamento romântico, adicionando uma camada extra de complexidade emocional ao caos navideño. O filme promete participações especiais, músicas inéditas e clássicos natalinos em versões exclusivas, incluindo sete temas originais e três faixas adicionais, como “Like It’s Christmas” em versão ao vivo.

“Um Natal Bem Jonas Brothers” não pretende reinventar o gênero de comédias natalinas, e é justamente aí que reside seu charme. É um filme feito para fãs nostálgicos que cresceram com a banda, mas também funciona como entretenimento familiar descompromissado — perfeito para entrar no clima festivo sem exigir muito do espectador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *